Faltou dizer

BOLSAS VERSUS DÓLAR – as cotações das ações na Bolsas de Valores vêm em alta há várias semanas, em decorrência de uma série de fatores. O mais importante deles é simples: muitos setores industriais tiveram baixos lucros em 1982, seja em conseqüência da queda nas vendas, seja por força do controle de seus preços, pelo governo. Em 1983, porém, a situação mudou radicalmente: apesar da recessão, as indústrias aumentaram violentamente seus preços, conseguindo lucros substancialmente maiores (mesmo nos casos em que houve queda nas vendas). Assim, em 1982 e começo de 83, os magros lucros apresentados nos balanços das empresas fizeram suas ações despencarem verticalmente, nas Bolsas – e os grandes investidores fugiram para a especulação do dólar e do ouro, ou mesmo no “open” (e essa fuga acentuou ainda mais a queda nas Bolsas). A partir de junho/julho, a nova tendência começou a surgir: a divulgação de resultados preliminares dos balanços semestrais começaram a revelar a reconquista da lucratividade, pelas empresas – e suas ações iniciaram o processo de alta.

VALE A PENA? – a alta de cotações nas Bolsas deve prosseguir, com reação dos preços, agora, das ações que ainda estão demasiado baratas: o setor siderúrgico, por exemplo, vai melhorar os resultados de seus balanços porque o governo vinha achatando os preços do aço, que agora vêm sendo reajustados para cobrir a defasagem anterior (a reação das cotações do setor pode demorar, mas virá mais cedo ou mais tarde, com altas substanciais: é questão de comprar as ações, e aguardar). O investidor interessado na alta das ações pode descobrir as de baixo preço nos quadros de cotações nas Bolsas, publicados pelos jornais. Atenção: os especialistas não recomendam a compra de ações dos setores de serviços públicos (energia elétrica, telefones etc), nem de bebidas, no momento, por ter havido grande retração no consumo nessa área, afetando o lucro das empresas.

E O DÓLAR? – enquanto os grandes investidores estiverem aplicando seu dinheiro nas Bolsas, as cotações do dólar no “black” dificilmente acusarão altas acentuadas – mesmo com os rumores de nova “maxi”.